Notaçao mensural.

Notação no Século XIII

Como os compositores de motetos do final do Século XIII usavam mais sílabas, ritmos mais vivos e valores de notas mais curtos, eles perceberam que a notação desenvolvida para o ritmo modal não funcionava mais. Por volta de 1280, Franco de Cologne na sua Ars cantus mensurabilis (A arte da música mensurada) codificou um sistema complicado, embora mais prático, no qual os valores de tempo relativos de notas individuais, ligaduras e pausas estavam claramente dispostos e, assim como no nosso sitema moderno, algumas notas assumem diferentes formatos a depender da sua duração. Esse refinamentos notacionais peritiram tanto uma maior flexibilidade rítmica quanto maior precisão. O sitema franconiano de notação permaneceu e uso até os anos 1320 e muitas de suas características sobreviveram por uns duzentos anos adicionais (Hanning, 1998, p. 60).

Notação no Século XIV.

Inovações na notação no Século XIV permitiram a subdivisão tanto dupla quanto tripla de notas mais longas, a introdução de muitos novos valores de notas mais curtos e a maior flexibilidade rítmica que marcou a música da última parte do Século. Este sistema frances de mensuração (ou música mensurada) expandiu-se a partir dos princípios franconianos do final do Século XIII. A longa (), a breve () e a semibreve () podiam ser divididas em três ou duas notas do próximo valor mais curto. A divisão da longa era chamada modo (modus), a da breve de tempo (tempus) e, a da semibreve de prolação (prolatio). A divisão era perfeita ou maior se fosse tripla, imperfeita ou menor se fosse dupla. Duas novas formas de notas foram introduzidas para indicar valores mais curtos do que a semibreve: a mínima, , metade ou um terço de uma semibreve; e a semínima, , metade de uma mínima. O sistema pode ser esboçado como segue:

Eventualmente, sinais para tempo e prolação foram concebidos que se aproximavam se fórmulas de compasso. Um círculo indicava o tempo perfeito e um semicírculo o tempo imperfeito; este último tornou-se o nosso sinal moderno de compasso 4/4. Um ponto dentro do círculo ou do semicírculo indicava a prolação maior e a ausência de um ponto a prolação menor. Assim, quatro "prolações" eram reconhecidas e representadas como segue:

Tempo perfeito e prolação maior, equivalente ao compasso 9/8
Tempus perfectum cum prolatione perfecta (9/8)

Tempo imperfeito e prolação maior, equivalente ao compasso 6/8
Tempus imperfectum cum prolatione perfecta (6/8)

Tempo perfeito e prolação menor, equivalente ao compasso 3/4
Tempus perfectum cum prolatione imperfecta (3/4)

Tempo imperfeito e prolação menor, equivalente ao compasso 2/4
Tempus imperfectum cum prolatione imperfecta (2/4)

Além dos sinais mostrados acima, os franceses empregavam outros dispositivos notacionais. Eles usavam pontos e notas "coloridas"; notas vermelhas, por exemplo, serviam para muitos propósitos, dentre eles, para mostrar perfeição ou imperfeição onde a leitura normal indicava a interpretaççao oposta. Formas de notas brancas - ou vazadas - substituiram a notação [de cabeças de notas de cor] preta por volta de 1425, e [a cor] preta foi então usada para assinalar significados especiais. Entretanto, o sistema básico de hastes e colchetes introduzidos no Século XIV permanece essencialmente inalterado até hoje em dia. Mesmo os nomes latinos desgnados aos diferentes alores de notas estão ainda em uso em alguns países (Hanning, 1998, pp. 80-81).

[Havia outras combinações usando um traço cortanto o círculo ou o semicírculo com e sem ponto dentro.]


Fim da Unidade.

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