Ligaduras.
Notação.
Na polifonia vocal do Século XVI os seguintes valores de notas eram usados: maxima (maior = oito semibreves):
; longa (longa = quatro semibreves):
; brevis (breve = duas semibreves):
; semibrevis (semibreve = uma semibreve):
; minima (mínima = uma mínima):
; semiminima (semínima = uma semínima):
; e fusa (uma colcheia):
.
As seguintes pausas correspondem àquelas notas:
Em adição aos símbolos de notação, certas assim chamadas ligaduras eram usadas para indicar que as notas envolvidas deveriam ser ligadas e executadas em uma só respiração. Embora tais ligaduras não sejam usadas nos exercícios deste livro, as regras mais importantes relacionadas ao seu tratamento são muito brevemente dadas aqui, já que se deve conhecê-las para se familiarizar em primeira mão com a música contrapontística dos Séculos XV e XVI.
As ligaduras estão divididas em dois grupos: ligaturae rectae, nas quais as notas quadradas são escritas juntas, por exemplo:
e ligaturae obliquae, onde elas são escritas com uma figura oblíqua e de modo que o início e o final da figura indique as duas notas da ligadura, por exemplo:
.
A primeira nota da qualquer ligadura é é chamada de nota initialis, a última, nota finalis; e as notas que podem estar no meio são chamadas notae mediae.
Se a nota initialis não tem cauda (haste) descendente e se ela for mais aguda do que a nota seguinte, então ela tem o valor de uma longa, à despeito de se a ligadura for recta ou obliqua:
.
Essas duas ligaduras, portanto, significam o mesmo:
. Se a nota initialis não tem cauda, mas for mais grave do que a nota seguinte, ela conta como uma breve seja recta ou obliqua:

[Para entender porque a última nota é uma longa, ver a regra da nota finalis mais adiante.]
Se, por outro lado, a nota inicial tem uma linha para baixo no lado esquerdo, então ela conta como uma breve, seja a ligadura recta ou obliqua ou, se a nota seguinte for mais aguda ou mais grave:

Com uma linha para cima no lado esquerdo (ligatura cum opposita proprietate), a nota inicial e as notas seguintes contam cada qual como uma semibreve, seja a ligadura recta ou obliqua ou o movimento seja ascendente ou descendente:

Aqui, entretanto, outra regra entra em jogo, de acordo com a qual toda nota pertencente a uma ligadura que tenha uma haste estendida para cima no lado direito conta como uma breve, enquanto que uma haste descendente no mesmo lado da nota dá a ela o valor de uma longa, por exemplo:

Todas as notae mediae, isto é, todas as notas entre a inicial e a final de uma ligadura, são breves, a menos que elas sejam mudadas para semibreves como membros de uma ligatura cum opposita proprietate ou dadas [a elas] o valor de uma longa pela haste descendente no lado direito.
A nota final de qualquer obliqua conta como uma breve.

Nas ligaturae rectae também a nota final é uma breve se ela for mais aguda do que a nota precedente; se for mais grave, ela e uma longa:

O uso de caudae nas ligaduras pode ser brevemente sumariado:
- Uma haste descendente no lado esquerdo da nota dá a ela o valor de uma breve.
- Uma haste ascendente no lado esquerdo da nota torna esta nota e as notas seguintes semibreves.
- Se a nota tem uma haste descendente no lado direito ela conta como uma longa, mas se tiver uma haste ascendente no mesmo lado, ela tem valor de uma breve.
Os exemplos seguintes mostram ligaduras típicas e suas soluções:

No Século XVI, assim como na música moderna, o ponto significa o prolongamento da nota por metade do seu valor; o duplo onto, entretanto, não era usado. Mas ritmos pontuados poderiam ser indicados preenchendo as notas normais brancas ou as vazadas.
Em tais casos a seguinte forma de notação era muito frequentemente usada: fig 10).
Fim das Ligaduras.
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