Rodrigo Garcia - Exercício 3

3º Princípio: Lei da Boa Continuidade
Esta lei afirma que toda unidade linear tende, psicologicamente, a se prolongar na mesma direção e com o mesmo movimento, o que revela a percepção da fluência natural das curvas, onde o cérebro tende sempre a enxergar a melhor continuação dos segmentos, sejam eles retilíneos ou curvilíneos. Para a implementação deste conceito em música, foi ele relacionado ao encadeamento de frases musicais. Tome-se, como exemplo, a linha melódica da Flauta em Nullo labore!, letra A. Estes oito compassos constituem a primeira frase. Sua resposta, a letra B, aponta para uma opção de boa continuidade: apenas duas notas da melodia, já apresentada em A, foram omitidas, o que faz com que a transição de uma frase para outra ocorra de maneira suave. Relacione-se, agora, a frase A com a frase C. Logo de início, percebe-se que houve modificação no contorno (agora descendente) e nas notas de C (inversão e transposição do motivo presente na frase A). Apesar da ocorrência de uma variação sutil em C, existe afinidade com o material apresentado em A, o que atribui à frase C boa continuidade relativa. E, por último, a relação entre as frases A e D. Já no início da frase D, ocorrem mudanças no conjunto de notas utilizado (D apresenta uma compressão intervalar atribuída à mudança do conjunto gerador), no registro (agudo e sobre-agudo) e na dinâmica (forte). Ocorre, ainda, a inserção de um salto do registro agudo para a nota dó 3, quase que constituindo uma heterofonia. Mais adiante percebe-se que houve modificação no contorno e extensão da frase. Pode-se intuir que a transição de A para D ocorre de maneira abrupta (sem boa continuidade).