UNIDADE 6A.

Solfejos Melódicos.

Generalidades.

A palavra solfejo refere-se à habilidade de ler as notas em uma partitura e entoá-las corretamente. Pode ser melódico ou rítmico (ou métrico). Há vários métodos para ensinar e praticar essa habilidade musical. Alguns são derivados da manosolfa, ooutros usam números de graus, outros com Dó móvel ou Dó fixo etc. Está fora do escopo dessas informações preliminares discutir as vantagens e desvantagens desses métodos ou abordagens. O método que se utilizará é o que se baseia no Dó fixo. Neste método, as notas são emitidas sempre com seus nomes, independente de serem alteradas por sustenidos, bemóis etc.


Extensão e tessitura vocal.

Nesta Unidade será necessário cantar muito. O termo extensão refere-se ao total de notas que um instrumento ou uma voz é capaz de produzir, ainda que limites definidos variem ligeiramente a depender da qualidade do instrumento, da técnica do executante ou da educação vocal de cada pessoa. O termo tessitura refere-se à extensão que se utiliza mais comumente em uma determinada categoria de instrumentos ou vozes ou ao âmbito entre a nota mais grave e a mais aguda de uma voz ou parte instrumental.


Tessitura geral das vozes.

As vozes para o canto estão divididas em masculinas e femininas. As vozes masculinas cantam uma oitava mais grave do que as vozes femininas. Cada um desses dois grupos tem vozes graves e vozes agudas. As vozes masculinas graves são denominadas de Baixos e as agudas de Tenores. As vozes femininas graves são denominadas de Contraltos (ou apenas Altos) e as agudas de Sopranos. Há outras classificações tais como: Barítonos (voz intermediaria entre os Baixos e os Tenores e os Meio-soparanos (voz intermediária entre os Contraltos e os Sopranos). Há vozes especiais denominadas de Contratenores que são vozes masculinas capazes de cantar em registros ainda mais agudos do que o dos tenores. As vozes infantís (ditas vozes brancas) em geral tem uma tessitura um quarta acima das vozes dos adultos; em sua classificação empregam-se termos como Sopraninos, Contraltinos e Tenorinos. Há ainda classificações quanto às características técnicas e timbrísticas da voz, por exemplo: Soprano spinto, colatura, ligeiro, dramático etc. O estudo de todos esses tipos está fora do escopo desse texto.

Para efeito dos solfejos neste curso, utilizar-se-á as seguintes tessituras:

Exemplo 1: Tesitura das vozes.


Automatizando a sequência dos nomes das notas.

O exercício a seguir aborda a memorização das sequências diatônicas dos nomes das notas, começando a partir de cada uma delas para formar todas as sequências. Isso é importante porque permite a familiarização com as diversas possibilidades de entoar escalas e modos que seguem ordens determinadas. É igualmente importante saber entoá-las nas formas ascendentes e descendentes, isoladas e conjuntamente.

Os quatro primeiros exercícios a seguir devem ser executados apenas falando o nome das notas. Começar na primeira linha bem lento e ir aumentando gradativamente a velocidade até o mais rápido possível. Passar então para a próxima linha e recomeçar o processo até completar todos os quatro exercícios.

Exemplo 2: As sequências diatônicas ascendentes.

Exemplo 3: As sequências diatônicas descendentes.

Exemplo 4: As sequências diatônicas ascendentes e descendentes juntas.

Exemplo 5: As sequências diatônicas descendentes e ascendentes juntas.


A escala natural.

A escala natural foi vista na Unidade 1A. Corresponde às teclas brancas do piano. Sua estrutura está mostrada no Exemplo 6 a seguir. Os tons associados a cada uma das notas podem ser ouvidos acionando os controles de áudio. Depois de familiarizar-se com o nome das notas, pode-se ouvir a escala na sua forma ascendente, em que cada nota está um tom ou um semitom mais aguda que a precedente. É recomendável ouvir o áudio acompanhando a leitura das notas na pauta. É importante repetir o processo de audição várias vezes até compreender e automatizar os sons. O mesmo se aplica à forma descendente da escala natural.

Sugestão: ouvir primeiramente sem cantar junto, apenas ouvindo o áudio e lendo as notas na pauta. Em seguida, cantar junto com o áudio, lendo as notas na pauta e cantando com o nome das notas. Repetir o processo até estar seguro de que a entoação e o nome das notas estão corrretos para finalmente cantar sem o auxílio do áudio, mas sempre lendo as notas na pauta.

Importante: Observe sempre a ordem dos tons e semitons pois eles mudam de posição (por rotação) a cada nova escala!

Exemplo 6: Os tons da escala natural ascendente.

Exemplo 7: Os tons da escala natural descendente.


Pode-se começar a escala natural em qualquer nota. A partir daqui as escalas serão entoadas nas formas ascendente e descendente repetindo-se a nota mais aguda (que estará uma oitava mais aguda do que a inicial) após uma breve respiração. A indicação das notas no teclado está mostrada apenas na forma ascendente; para a forma descendente pode-se imaginar as teclas na ordem retrógrada. O Exemplo 8 mostra a escala natural começando na nota Ré.

Exemplo 8a: A escala natural começando com Ré na clave de Fá.

Exemplo 8b: A escala natural começando com Ré na clave de Sol.

Exemplo 9a: A escala natural começando com Mi na clave de Fá.

Exemplo 9b: A escala natural começando com Mi na clave de Sol.

Exemplo 10a: A escala natural começando com Fá na clave de Fá.

Exemplo 10b: A escala natural começando com Fá na clave de Sol.

Exemplo 11a: A escala natural começando com Sol na clave de Fá.

Exemplo 11b: A escala natural começando com Sol na clave de Sol.

Exemplo 12a: A escala natural começando com Lá na clave de Fá.

Exemplo 12b: A escala natural começando com Lá na clave de Sol.

Exemplo 13a: A escala natural começando com Si na clave de Fá.

Exemplo 13b: A escala natural começando com Si na clave de Sol.

Intervalos melódicos simples

Ainda que haja muitos intervalos com diferentes denominações, em termos de som há apenas 12 (13 contando o uníssono que não é de fato um intervalo). No Quadro a seguir pode-se ver um exemplo escrito e um áudio além das várias designações que o intervalo pode receber. Com exceção do intervalo de primeira, todos os outros estão apresentados primeiro na direção ascendente e logo em seguida na direção descendente. (Ver a Unidade 2 para conhecer mais sobre intervalos se é que ainda não os estudou.)

ExemploÁudioEquivalentes
Segunda diminuta.
Primeira aumentada.
Terça diminuta.
Segunda aumentada.
Quarta diminuta.
Terça aumentada; quinta diminuta.
Quarta aumentada.
Quinta aumentada.
Sétima diminuta.
Sexta aumentada.
Oitava diminuta.
Sétima aumentada.

Todos os intervalos aqui estão escritos começando com a nota Dó, mas é importante praticá-los começando a partir de qualquer nota. Fazer isso o tornará proficiente em intervalos e, o estudo das escalas vai exigir que os intervalos a partir de qualquer nota estejam solidamente conhecidos e praticados.


Intervalos harmônicos simples

Os intervalos harmônicos também podem receber varias designações, entretanto, em termos sonoros são apenas 12 (13 se se considera o intervalo de primeira justa (uníssono)). A seguir estão os intervalos para serem praticados tanto na disposição com a nota mais grave fixa quanto com a nota mais aguda fixa. Nos exemplos a nota fixa é sempre o Dó e cada intervalo é tocado 3 vezes. Pode-se praticar primeiro a coluna com a nota mais grave fixa e depois a coluna com a nota mais aguda fixa. Finalmente, pode-se praticar por linhas. Praticar os intervalos harmônicos começando com todas as outras notas trará benefícios importantes para a proficiència em percepção musical.

Nota grave fixaÁudioNota aguda fixaÁudio

1J

1J

2m

2m

2M

2M

3m

3m

3M

3M

4J

4J

4+

mesmo som

5º

mesmo som

5J

5J

6m

6m

6M

6M

7m

7m

7m

7m

8J

8J


Fim da Unidade 6A (Solfejos melódicos).

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