UNIDADE 1B

Elementos da Notação Musical - continuação

Generalidades.

Os elementos básicos da notação musical foram abordados na Unidade 1A. Nesta Unidade ver-se-á outros sinais usados para indicar outras variáveis que fazem parte da música tais como:

  • sinais de repetiçao: conjunto de sinais para facilitar a leitura e evitar repetição desnecessária de tempos, compassos e meso seções inteiras de música;
  • ornamentos: sinais que representam modificações na execução de notas tais como: trinados, mordentes, apojaturas etc.;
  • dinâmica: sinais e termos que sugerem a potência (força) relativa com que as notas devem ser tocadas e de mudanças gradativas de dinâmica;
  • acentos: sinais usados para indicar modificações na dinâmica ou na acentuação métrica das notas;
  • andamento: a velocidade com que determinada música deve ser executada e modificações na velocidade; e
  • expressividade: termos empregados para indicar a expressão com a qual um trecho musical deve ser tocado.

01 - Sinais de repetição.

Sinais de repetição facilitam tanto o trabalho do copista (aquele que escreve música) quanto a leitura do músico, evitando gasto de tempo tanto para escrever notas repetitivas quanto no desgaste de ler muitas repetições que são comuns em algumas músicas. O sinal de repetição pode afetar um ou mais tempos, compasos inteiros e grupos de compassos.


02 - Sinais de repetição para tempos.

Uma barra grossa inclinada indica que o primeiro tempo escrito por extenso deve ser repetido para cada tempo subsequente do compasso, quer dizer, para um compasso ternário, por exemplo, escreve-se o primeiro tempo e duas barras inclinadas (um para cada um dos tempos restantes). Sejam semínimas ou colcheias, uma única barra inclinada indica para cada tempo a repetição que pode ser de acordes ou grupos de colcheias uniformes. Se o padrão de repetições for de semiclocheias usa-se duas barras e, se forem de fusas usa-se três barras e assim por diante, ou seja, usa-se tantas barras quantas forem os colchetes das figuras. Importante: a duração das notas deve ser constante! Se as durações forem diferentes num tempo usa-se outros sinais.

Exemplo 1: repetições de tempos com figuras de mesma duração em um compasso.


Se o tempo tem valores mistos então usa-se duas barras inclinadas com um ponto antes e outro depois. Mesmo que haja mudança de compasso, este sinal representa um tempo de cada compasso.

Exemplo 2: repetições de tempos com figuras mistas em um compasso.



03 - Sinais de repetição para compassos inteiros.

Para representar a repetição de um compasso inteiro quer ele tenha figuras de duração iguais ou mistas, usa-se a barra simples inclinada com dois pontos, um de cada lado da barra, tocando a segunda e a quarta linhas da pauta. Se houver várias repetições de compaso, numera-se cada repetição cosiderando o original como 1 e as demais repetições consecutivamente como 2, 3, 4 etc.

Exemplo 3: repetições de um compasso inteiro.


Para indicar a repetição de dois compassos pode-se usar uma das seguintes notações. Uma barra com colchetes abrangendo os dois compassos com a palavra bis no centro (esta notação pode eventualmente abranger mais de dois compassos desde que não sejam muito complexos).Este formato indica ao músico para ler duas vezes os mesmos dois compassos. Se por um lado facilita a letura pode causar problema na contagem de compassos. O segundo método pode ser encontrado com a barra simples inclinada com dois pontos sobre a barra de compasso que separa os dois a serem repetidos e mais o npúmero 2 acima dela ou, com as barras duplas inclinadas com dois pontos sobre a barra de compasso intermadiária.

Exemplo 4: repetições de dois compassos inteiros.



04 - Barras de repetição.

Para representar a repetição de mais de dois compassos e de trechos relativamente curtos usa-se a barra de repetição. É uma barra grossa seguida de uma barra mais fina com dois pontos para indicar o início do trecho a ser repetido e o mesmo sinal invertido: dois pontos, barra fina e barra grossa para indicar o final da repetição. A barra de repetição pode coincidir com o início ou o fim de um compasso, mas também pde ser colocada em qualquer tempo. Os trechos repetidos podem ter finais iguais ou diferentes e, neste caso, indica-se a primeira terminação com um colchete com o número 1 abrangendo um ou mais compassos antes da barra de repetição e outro colchete aberto com o número 2 indicando a segunda terminação. Pode haver uma terceira terminação. Essas terminações recebem designações em italiano: prima volta: primeira vez, seconda volta: segunda vez e, eventualmente, pode haver uma ultima volta: última vez. Dois trechos contíguos também podem ser repetidos e, neste caso, a barra de repetição de final do primeiro trecho e a de início do segundo trecho são concatenadas. Se houver mudança de armadura ou de fórmula de compasso no inpicio de um trecho a ser repetido, a barra de repetição vai depois da mudança de armadura ou da fórmula de compasso. Tudo isso está mostrado no Exemplo 5 a seguir.

Exemplo 5: barras de repetição.



05 - D.C., D.S. e outros termos e sinais de repetição e salto.

Quando partes mais longas ou mesmo seções inteiras de uma música devem ser repetidas, não se usam barras de repetição, pois há outros termos e sinais para esses casos. Os sinais D.C. e D.S. são abreviaturas de palavras italianas: Da Capo (literalmente "da cabeça", significando voltar ao primeiro compasso da peça) e, Dal Segno ("do sinal", com referência ao sinal de salto que pode ser encontrado de duas formas): ou . Estes sinais têm duas funções: 1) indicam locais para onde voltar na repetição que não estejam no primeiro compasso e tocar a partir dali ou, 2) podem indicar saltos ou seja, tocar até encontrálos e depois saltar para outro ponto da peça. Os termos D.C. e D.S. podem ser usados sozinhos ou podem vir associados a outros termos como: D.C. al Fine ("do início ao fim" quando o fim está em algum ponto que não o último compasso escrito), D.C al Segno (do início ao sinal), D.C. al Segno e poi la Coda ("do início ao sinal e depois a Coda"; o termo Coda (literalmente "cauda") significa uma parte adicional ao final de uma peça com o propósito de encerrá-la) e, pode-se usar também D.S. al Fine. Os Exemplos a seguir ilustram essas possibilidades e foram adaptados dos diagranas de Read (1979, p. 229).

Exemplo 6a: D.C. sozinho.


Exemplo 6b: D.C. al Fine.


Exemplo 6c: D.C. al Segno.


Exemplo 6d: D.C. al Segno e poi la Coda.


Exemplo 6e: D.S. sozinho.


Exemplo 6f: D.S. al Fine.



06 - Ornamentos.

Há sinais específicos para "ornamentar" as notas musicais, ou seja, modificar a sua execução sem ter que escrever muitas notas, facilitando assim a leitura e a clareza da partitura. Alguns desses sinais mudaram de significado ao longo do tempo e às vezes com execuções variadas em diferentes países. Boas edições trazem especificações de como executar os ornamentos e para uma referência mais especializada pode-se consultar o verbete ornaments no The New Grove Dictionary of Music and Musicians. Considera-se ornamentos: o trinado, o tremolo, a apojatura, o arpejo, o glissando, o mordente e o grupeto, os quais serão estudados com mais detalhes nos itens de 7 até 13. Decidiu-se usar a grafia aportuguesada dos termos no corpo do texto, mas sempre indicando a grafia da língua original.


07 - Trinado (ou trilo).

O sinal de trinado (ou trilo, em italiano: trillo) indica a repetição rápida de duas notas separadas por grau conjunto (tom ou semitom). A nota principal sobre a qual a abreviatura tr é colocada é a nota com a qual se começa o trinado, alternando com a nota diatônica superior. O trinado é em princípio diatônico, mas acidentes podem ser colocados junto ao sinal para alterar a nota alternada também. Há diferentes práticas de onde colocar as alterações. Alguns editores escrevem a alteração antes do tr, outros acima ou abaixo, às vezes entre parênteses e, outros ainda, depois do tr, porém antes da linha ondulada se houver. Quando o trinado é longo ou abarca outras notas, o sinal é seguido de uma linha ondulada estendida até onde se quer que o trinado seja aplicado. O trinado termina com uma figuração que pode ser escrita com duas semicolcheias em tamanho menor chamadas de apojaturas (ver mais adiante) e, mesmo que não estejam escritas, devem ser tocadas. O Exemplo 7 mostra esses detalhes e, no caso da colocação dos acidentes para alterar a nota do trinado, usou-se a prática mais comum atualmente colocando-as acima do sinal ou da linha ondulada conforme o caso. A rapidez com que se alterna as notas do trinado não é precisa (ou medida), ainda que nos exemplos estejam escritos com fusas.

Exemplo 7: trinados.


Trinados intencionalmente realizados não com a nota superior, mas com a inferior, devem ser escritos como um tremolo (ver mais adiante). Há sinais de trinado usados no período Barroco que indicam trinados com outras configurações, mas estão em desuso hoje e dia. Como se disse antes, ornamentos são objeto de muita variação e devem ser estudados em fontes confiáveis e considerados em relação ao contexto em que foram escritos.


08 - Tremolo.

O termo tremulo (do italiano) indica a rápida alternância de notas que estejam separadas por mais de uma segunda maior. É semelhante a um trinado com graus disjuntos. Não é exatamente um sinal, mas um tipo de notação específica. Há dois tipos de tremolos: medidos e não medidos. A palavra "medido" aqui refere-se ao fato de que as durações devem ser determinadas e a expressão "não medido" significa que as durações não são determinadas, mas tocadas o mais rapidamente possível. A notação para o tremulo medido pode ser considerada uma espécie de abreviatura, pois as notas que devem ser tocadas estão indicadas pelos travessões. Há sempre limitações na quantidade de notas a serem tocadas em função do andamento (ver mais adiante). Importante: na notação do tremolo as figuras são sempre duplicadas, ou seja, escreve-se o dobro de tempos. Nos Exemplos 8a, 8b, 8c e 8d estão mostrados vários tipos de tremolos medidos e não medidos. Em cada exemplo o primeiro supõe um andamento rápido e o segundo um andamento moderado para o caso de tremolos não medidos.

Exemplo 8a: tremolo com semibreves.


Exemplo 8b: tremolo com mínimas.


Exemplo 8c: tremolo com semínimas.


Exemplo 8d: tremolo com colcheias.


Observe-se no exemplo 8b que as mínimas podem ser ligadas por um travessão já que as cabeças das notas são vazadas e podem ter o travessão secundário quebrado (largura menor), mas no Exemplo 8c, no caso de tremolo não medido, note-se que as semínimas não podem ser ligadas pelo travessão primário para não serem confundidas com colcheias. Para notas pontuadas tanto em compassos simples quanto compostos segue-se o mesmo padrão. Também deve-se observar que quando a colcheia, a semínima, a fusa e a semifusa forem as unidades de tempo, o travessão secundário deve ser quebrado.


09 - Apojaturas.

Tópico batante complexo devido à variedade de mudanças ao longo do tempo e de práticas locais em sua execução. O texto a seguir é traduzido livremente de Read (1979, pp. 238-241). O termo apojatura origina-se do italiano appoggiare que significa: apoiar. Importante observar que a língua inglesa tem uma expressão genérica para as apojaturas que é grace notes, literalmente "notas de graça". As apojaturas são escritas com o tamanho das figuras de duração reduzido e, não alteram ritmicamente a quantidade de tempos no compasso, já que devem ser tocadas subtraindo-se parte do tempo anterior ou posterior. Podem ser não acentuadas (o tipo mais comum), caso em que são tocadas subtraíndo-se parte do tempo precedente ou acentuadas quando são executadas subtraindo-se parte do tempo subsequente. Na língua inglesa, as grace notes acentuadas é que são consideradas as apojaturas reais. A nota à qual a apojatura está ligada é chamada de nota real ou principal e a apojatura, escrita em tamanho menor, é a nota auxiliar.

As apojaturas são escritas geralmente como colcheias pequenas que podem ter ou não um traço oblíquo cortando a haste (ver no Exemplo). Grupos de duas ou três apojaturas são conectadas com um duplo travessão sendo que os de três podem também ter três travessões e os grupos de quatro ou mais requerem três travessões. Se as notas da apojatura contiverem acidentes ou ligaduras, estes serão de tamanho proporcional ao tamanho das notas. As hastes das apojaturas devem ser escritas sempre para cima independente de sua posição na pauta (embora alguns editores não sigam à risca esta norma).

As apojaturas podem ser de dois tipos: a apojatura real (hoje em dia usada apenas na execução de música do passado) e, a apojatura curta. A apojatura real é sempre acentuada, quer dizer, é executada no tempo, portanto, tirando sua duração da nota que ela precede. Esta apojatura é indicada com uma semínima, uma colcheia ou uma semicolcheia mas sem o traço oblíquo cortando a haste. A sua duração é escrita como metade da nota que ela precede (a nota principal). Há uma variedade muito grande de combinações de apojaturas com notas pontuadas ou ligadas em que a duração da apojatura é de dois terços da nota pontuada ou ligada, mas não se aprofundará estas possibilidades agora. Algumas apojaturas têm duas notas e são chamadas de "apojaturas duplas disjuntas" (porque há um salto entre elas, e outras chamadas de slide (do inglês escorregar), em que as duas notas estão escritas como graus conjuntos que "escorregam" em direção à nota principal. As apojaturas reais estão ilustradas no Exemplo 9a mais adiante.

Já a dita apojatura curta é escrita como uma colcheia com um traço oblíquo cortando a haste e é a única forma de apojatura comum na música moderna. Encontra-se de duas formas: se está entre duas notas ligadas a apojatura é não acentuada e toma a sua duração da nota precedente. Contrariamente, se a apojatura está ligada à nota subsequente ela é acentuada e tira sua duração da nota sucedente. Hoje em dia não se costuma escrever apojaturas e se as escreve como se quer que sejam executadas As apojaturas curtas estão ilustradas no Exemplo 9b.

Exemplo 9a: apojaturas reais.


Exemplo 9b: apojaturas curtas.



10 - Arpejo.

O arpejo é um sinal gráfico que indica que as notas de um acorde devem ser tocadas sucessivamente, normalmente partindo da mais grave para a mais aguda, em vez de consecutivamente. O termo significa "tocar na harpa", à moda tradicional com que os harpistas tocam acordes. Os arpejos podem ser tocados com a primeira nota acentuada (no tempo, quer dizer, na cabeça do tempo) ou com a última acentuada (no tempo). Os arpejos podem ser escritos com grupos de apojaturas (que nesse caso devem ser tocadas antes do tempo)ou escrevendo a duração real das notas. O sinal de arpejo é uma linha ondulada vertical abrangendo a amplitude do acorde escrito. O arpejo reverso que como o nome indica deve ser executado partindo da nota mais aguda para a mais grave, atualmente pode ser indicado com a linha ondulada com uma ponta de seta na terminação inferior.

Exemplo 10a: arpejo.


Se o acorde está escrito em duas pautas pode-se executar o arpejo do acorde inteiro, ou seja, com a linha ondulada cruzando os dois pentagramas ou pode-se executar simultaneamente os acordes de cada pauta, tanto na ordem normal quanto reversa e qualquer combinação, por exemplo: um na ordem normal e outro na ordem reversa. Nete caso, para maior clareza, pode-se usar uma seta para cima (normal) e outra para baixo (reverso).

Exemplo 10b: arpejos em duas pautas.



11 - Glissando.

O glissando é um ornamento executado de diferentes formas a depender do instrumento. É representado por uma linha reta ou ondulada inclinada conectando as cabeças das notas. Pode iniciar na nota mais grave e passar por todas as notas intermediárias até a nota mais aguda (ascendente) ou inversamente, da nota mais aguda para a mais grave (descendente) e, pode também mudar de direção em algum ponto intermediário. Alguns instrumentos como as cordas friccionadas (violinos, violas, violoncelos e contrabaixos) podem executar um glissando real, ou seja, podem fazer soar todas as frequências contínuas entre duas notas (desde que o intervalo esteja na mesma corda). Os trombones de vara também, porém, limitados ao intervalo de quinta diminuta. Outros instrumentos como o piano que tem notas fixas, podem apenas simular o glissando. Outros como a clarineta, podem por meio de digitações especiais simular um glissando real. A duração do glissando é determinada pela figura de duração e terá a velocidade variável em função da quantidade de notas do intervalo, quer dizer, para tocar duas oitavas em um tempo será necessário tocá-las mais rapidamente do que para tocar uma oitava em um tempo. Eventualmente a abreviatura gliss. ou mesmo a palavra inteira é escrita sobre ou sob a linha.

Exemplo 11: glissando.


A harpa, por suas características diatônicas e possibilidades de configurações enarmônicas das cordas, é um instrumento em que o glissando é muito explorado. A notação do glissando para este instrumento varia a depender do compositor e do período e é recomendável consultar um tratado de orquestração para saber como escrevê-los corretamente.


12 - Mordente.

O mordente (do francês mordre, literalmente "morder") prescreve a execução de duas notas muito rápidas e outra mais longa. O duplo mordente acrescenta mais duas notas rápidas às do mordente simples. Podem ser executados com a nota inferior, caso em que o sinal de mordente é cortado por um traço vertical ou, com a nota superior, caso em que o sinal não é cortado e é chamado de mordente invertido. Atenção: alguns teóricos indicam exatamente o contrário, por isso atualmente recomenda-se escrever por extenso como se os quer executar. No Exemplo 12 a seguir os mordentes estão escritos supondo-se um andamento rápido; para andamentos mais lentos as notas rápidas a serem tocadas podem ser escritas com valores ainda mais curtos. O mordente é normalmente diatônico, mas pode ser cromático colocando-se alterações tanto na nota principal quanto na auxiliar ou mesmo nas duas.

Exemplo 12: mordente.



13 - Grupeto.

O grupeto (do italiano gruppetto significando: pequeno grupo) consiste normalmente de quatro notas: a primeira um grau conjunto mais agudo do que a nota principal, a segunda é a nota principal, a terceira um grau conjunto mais grave do que a nota principal e terminando com esta. Se o sinal está colocado sobre uma nota o grupeto começa na cabeça do tempo e, se está colocado entre duas notas o grupeto começa na segunda parte do tempo. Acidentes colocados acima do sinal referem-se à nota mais aguda (a que começa); acidentes colocados abaixo do sinal referem-se à nota mais grave, podemdo ambas serem alteradas, caso em que se coloca acidentes acima e abaixo do sinal.

Exemplo 13: grupeto.



14 - Indicações de dinâmica.

Indicam com que força se deve tocar as notas. "As indicações de dinâmica apareceram na música primeiramente no início do Sécul XVII" (Read, 1979, p. 249). Havia então apenas duas palavras italianas: piano (suave) e forte (igual ao português). Ao longo dos anos outros sinais surgiram indicando diversas gradações de dinâmica. O Exemplo a seguir mostra a gradação relativa dos sinais de dinâmica. Observe-se que diferentes instrumentos, a depender do registro em que estejam tocando, podem induzir diferentes percepções do grau de força com que estão tocando, daí dizer-se que são gradações relativas de dinâmica, ou seja, o forte de uma flauta tocando no registro grave não soará tão forte quanto o forte de um trombone tocando no mesmo registro.

Exemplo 14: Sinais de dinâmica.


Eventualmente encontra-se sinais de pppppp, mas são impraticáveis e denotam apenas uma intensão do compositor de que se toque o mais suave possível, quase inaudível.

Os sinais de dinâmica são normalmente escritos abaixo da pauta, entretanto, em algumas circunstâncias, podem ser escritos acima da pauta, por exemplo: em partituras para coral para não confundir com o texto que fica abaixo da pauta, coloca-se os sinais de dinâmica acima da pauta; em partituras para teclados ou harpa, coloca-se os sinais de dinâmica entre as duas pautas quando as duas maões tem a mesma dinâmica.

Atenção: as indicações, termos e sinais de dinâmica são em geral colocados abaixo da pauta, mas eventualmente, a depender do espaço disponível, pode-se escrevê-los acima. No caso de música vocal, são sempre escritos acima da pauta para evitar interferência com o texto a ser cantado, este sim, sempre escrito abaixo da pauta.


15 - Termos para dinâmica.

Além das indicações de dinâmica outros termos são usados para indicar incrementos ou decrementos graduais de dinâmica. Para indicar um aumento progressivo de dinâmica usa-se o termo crescendo (abreviatura: cresc.) e para uma diminuição progressiva de dinâmica usa-se o termo diminuendo (abreviatura: dim.) ou decrescendo (abreviatura: decresc.). Se a indicação com esses termos se estender por vários compassos, eles serão encontrados com as sílabas separadas por traços distribuídos proporcionalmente à quantidade de compassos:
cre -----scen -----do
de -----cre -----scen --------do
di -----min -----u -----en ------do.


16 - Sinais de dinâmica.

Quando a duração do crescendo ou do decrescendo não é muito longa, usa-se um sinal em forma de cunha alongada. Esses sinais em geral são acompanhados ou de indicações precisas de variação de dinâmica ou de termos mais genpéricos como: poco e molto, palavras italianas que significam pouco e muito respectivamente. São colocados geralmente abaixo da pauta, mas podem ser colocados em outras posições (inclusive inclinadas) a depender do espaço disponível. São sempre relativas à última indicação de dinâmica que os precede. Em instrumentos que usam duas pautas podem afetar individualmente cada pauta ou podem ser colocados entre as pautas do sistema para indicar a variação simultânea da intensidade.

Exemplo 15: sinais de dinâmica.


Observe-se que quando o sinal de crescendo ultrapassa o último compasso de um sistema, ele começa com a extremidade esquerda aberta no próximo sistema e quando o sinal de decrescendo ultrapassa o último sistema ele termina aberto à direita antes do proximo sistema.


17 - Acentos e ligaduras.

Naturalmente a fórmula de compasso determina acentos primários que independente do metro reforçam o primeiro tempo; a própria barra de compasso é uma indicação de que o primeiro tempo deve ser enfatizado. Os acentos são sinais especiais para reforçar a ênfase em qualquer tempo ou parte de tempo. Há duas grandes categorias de sinais: acentos de ataque percussivos e acentos de ataque de pressão. O termo ataque aqui se refere ao modo de articular, de produzir, de emitir uma determinada nota.

Acentos percussivos indicam ataques incisivos com aumento relativo da dinâmica. No Exemplo 16a a seguir o primeiro indica um grau moderado de ataque e pode ser usado em qualquer grau de dinâmica de pp a ff, já o segundo implica um ataque mais potente e é em geral usado em níveis de dinamica entre f e fff. O staccato (do italiano significando separado, destacado) é representado por um ponto acima ou abaixo de onde está a cabeça da nota e encurta a duração dela, a depender do andamento, em aproximadamente metade da duração escrita. Não é propriamente um acento, mas mais um jeito de tocar, de articular as notas. O staccattissimo indica um encurtamente exagerado da nota, ou seja, o mais curto possível. Observar que alguns sinais quando colocados abaixo das notas são esritos invertidos (estão assinalados entre parênteses nos exemplos).

Exemplo 16a: acentos percussivos.


Acentos de pressão assemelhan-se mais a uma súbita pressão mais do que um ataque incisivo. O acento percussivo em níveis de dinâmica mais fortes, quando colocados num contexto suave, entre pp e mp resultam mais como uma acento de pressão. Mas o sinal característico de acento de pressão é o tenuto do italiano significando guardado, mantido, e indica que a nota deve ser tocada com seu valor integral e deve ser levemente enfatizada, mas sem um ataque perceptível. Pode ser usado em qualquer nível de dinâmica.

Exemplo 16b: acentos de pressão.


Os acentos podem ser combinados com resultados diversos. O Quadro 1 a seguir modificado de Read (1979, p. 264) mostra algumas possibilidades. Com exceção do marcato que é colocado acima ou abaixo das hastes, os demais acentos devem ser colocados acima ou abaixo da cabeça das notas.

Quadro 1: combinação de acentos.
CombinaçõesSinaisEfeito
marcato com staccatomuito percussivo, mas curto
acento com staccatomoderadamente percussivo e curto, igual ao staccatissimo
marcato com tenutomuito percussivo, mas mantendo a duração integral
acento com tenutomoderadamente percussivo com a duração integral
staccatissimo com tenutoenfatizado, mas um tanto curto
staccato com tenutoenfatizado e moderadamente curto, separado da próxima nota

Quanto à terminologia para acentos, em geral, os termos sforzando, forzato ou forzato e sforzato são usados de forma abreviada. Em geral são equivalentes aos sinais ou combinações de sinais. A Figura 17 também modificada de um exemplo de Read (1979, p. 265) ajuda a entender as equivalências.

Quadro 2: comparação entre abreviaturas, sinais equivalentes e níveis de dinâmica.
sforzando ou rinforzando
AbreviaturasSinais equivalentesNíveis de dinâmica
forzando (ou forzato)
AbreviaturasSinais equivalentesNíveis de dinâmica
sforzato ou rinforzato
AbreviaturasSinais equivalentesNíveis de dinâmica

18 - Ligaduras (de articulação e fraseado).

Acentos em geral são colocados sobre notas individuais. As ligaduras (do italiano legature) de articulação e fraseado afetam mais de uma nota e sua colocação mostra o grupo de notas abrangidas. Indicam que o grupo de notas abrangidas pela ligadura devem ser tocadas legato ou seja, ligadas, quer dizer, as notas devem ser conectadas com suavidade, articuladas sem interrupção perceptível entre as notas. Elas também indicam que aquele grupo de notas devem ser considerados como uma unidade ou frase musical, daí o terno ligadura de fraseado.

As ligaduras em geral são colocadas sobre a cabeças das notas. Se houver cabeças das notas acima ou abaixo das hastes, preferencialmente devem ser escritas acima das notas. Entretanto, por questões de espaçamento ou clareza, podem ser colocadas sobre as hastes. Se houver notas com ligaduras de prolongamento, a ligadura de fraseado é colocada na mesma direção da ligadura de prolongamento. Se uma ligadura de fraseado terminar junto com a ligadura de prolongamento de uma nota ligada, a ligadura de fraseado deve terminar junto com a de prolongamento. O Exemplo 17 ilustra essas situações.

Exemplo 17: ligaduras de articulação e fraseado.


Há muitas especificidades relacionadas com ligaduras de acordes, uníssonos com acordes etc., e ainda outras específicas para instrumentos e vozes, mas por ora, apenas os usos mais gerais das ligaduras de articulação e fraseado estão sendo abordados.

18 - Ligaduras e acentos.

Ligaduras também podem ser usadas em combinação com acentos. o efeito é mais psicológico, já que há uma contradição evidente no uso simultâneo de ligaduras de articulação com acentos. Uma nota não pode, por exemplo, ser tocada legato e staccato ao mesmo tempo. O que há aí é uma intenção sugestiva para a interpretação: tocar ligado, mas com uma interrupção não tão notável quanto o staccato sozinho. A Tabela 3 (modificada das que se encontram em Read (1969, p. 270) mostra a comparação entre uma possível execução de notas acentuadas com ligadura e sem ligadura.

Quadro 3: comparação na execução de acentos com e sem ligaduras.
sem ligaduraexecuçãocom ligaduraexecução

Quando há combinação de acentos como staccato ou tenuto com ligaduras geralmente se colocam os acentos mais próximos da cabeça das notas e a ligadura por fora. Outros acentos principalmente os percussivos, por serem maiores, podem ser colocados depois da ligadura que então fica mais próxima da cabeça das notas. Quando notas com hastes em direção contrária receberem acentos e ligaduras estas geralmente são colocadas acima da pauta, mesmo que os acentos estejam acima ou abaixo das notas. O Exemplo 18 mostra alguns casos.

Exemplo 18: colocação de acentos e ligaduras.



19 - Indicações de andamentos.

O termo andamento refere-se à velocidade com que se deve tocar uma determinada música ou parte dela. Por volta do Século XVI os compositores começam a usar termos para indicar pelo menos se a música deve ser tocada lenta, moderada ou rapidamente. Somente no início do Século XIX, para indicar com mais precisão a velocidade com que se deve tocar as notas de uma música, Johann Nepomuk Maelzel (ou Mälzel) (1772 – 1838) inventou um aparelho denominado metrônomo. O metrônomo mecânico dispõe de um pêndulo controlado na extremidade superior por um peso móvel e na inferior um contrapeso fixo. O pêndulo ao ser colocado em movimento emite um sinal sonoro chamado de batida e que podem variar, pelo deslocamento do peso móvel sobre uma régua com marcas, de 40 a 208 batidas por minuto (abrevia-se bpm). Há muita discussão histórica sobre se as batidas marcam o tempo ou parte do tempo, sobre a precisão do aparelho e sobre a relação entre os termos indicativos de andamento com as batidas do metrônomo.

O Quadro 4 a seguir apresenta as indicações metronômicas segundo a proposta de Read (1969, p. 277) com as faixas de batidas por minuto e os andamentos possíveis em cada faixa, cotejadas com as indicações de um metrônomo mecânico alemão Wittner (sistema Mälzel) e, o significado dos termos indicativos dos andamentos originalmente escritos em italiano, acrescidos sos seus equivalentes em inglês, alemão e francês também. Historicamente também houve muita variação sobre a velocidade dos andamentos. Observe-se no Quadro 4 que o Adagio (marcado em vermelho) na faixa de Wittner é mais rápido até do que o Larghetto na faixa de Read.

Quadro 4: indicações de andamento.

Hoje em dia há metrônomos eletrônicos mais precisos e é comum indicar o andamento exato em batidas por minuto (bpm) colocadas entre parênteses com ou sem as indicações tradicionais de andamento. As indicações de andamento em geral vêm acompanhadas de outros termos para torná-las mais precisas quanto à qualidade do andamento ou para indicar gradações de velocidade.


20 - Outros termos relacionados a andamentos.

Eventualmente há necessidade de explicitar com mais detalhes as indicações de andamento. Os termos a seguir em geral são encontrados relacionados a andamentos. No Quadro 5 (modificado com base em Read (1969, p. 278) pode-se ler os termos em italiano, francês e alemão seguidos de sua tradução ao português e, um exemplo de uso do termo com sua tradução.

Quadro 5: termos relacionados com andamentos.
TermosTraduçãoExemplo de usoTradução
poco a poco
peu à peu
allmählich
pouco a poucoaccelerando poco a poco
accèlerez peu à peu
allmählich scheller werden
acelerando pouco a pouco
assai, molto
très
sehr, ganz
muitopresto assai; molto presto
atrès vif
sehr schnell; ganz lebhaft
muito rápido
con
avec
(na própria palavra)
comcon brio
avec verve
schwungvoll
com vivacidade
meno
moins
weniger
menosmeno vivace
moins vif
weniger scnell
menos rápido
non troppo
pas trop
nicht zu
não muitolargo non troppo
pas trop lent
nicht zu langsam
lento, mas não muito
più
plus
(palavra com sufixo er)
maispiù vivace
plus vite
eileger ou lebhafter
mais rápido
pochissimo
un peu
etwas
um poucopochissimo rit.
cédez un peu
etwas zuruckhalten
retardando um pouco
poco, un poco
un peu
ein wenig
um poucopoco adagio
un peu lent
ein wenig langsam
um pouco lento
quasi
quasemoderato quasi andantemoderado, quase andante

Há muitos outros termos associados com andamentos. Alguns deles, retirados de Read (1969, p. 279), estão no Quadro 6. Esta lista não é exaustiva, pois novos termos são acrescentados amiúde.

Quadro 6: lista de termos relacionados com andamentos.
Termos (abreviaturas)Comentários
accelerando (accel.)Acelerando, um aumento gradual do andamento.
alla breveCompasso binário com a mínima como unidade de tempo; o mesmo que .
allargando (allarg.)Alargando; às vezes interpretado como uma combinação de ritardando e crescendo.
ancoraAinda mais; usado geralmente com indicações de andamento, como em: ancora meno mosso (ainda mais lento).
a tempoNo andamento; reestabelece o andamento original após um accelerando ou ritardando.
cedèzTermo francês para poco ritardando; uma leve retenção no andamento.
come primaComo no início.
come sopraComo acima; o mesmo que come prima.
doppio movimentoO dobro mais rápido; geralmente usado em conjunção com o compasso mudando para .
l'istesso tempoO mesmo andamento (tempo), indicando que o tempo permanece constante quando o metro muda, por exemplo, quando o compasso muda para - a do compasso anterior agora equivale à .
meno mosso
più lento
Menos movido, mais lento. Pode ser qualificado por poco (um pouco).
più allegro
più animato
più mosso
Mais rápido.
pressezTermo francês para "apressando"; o mesmo que accelerando.
rallentando (rall.)O mesmo que ritardando; uma desaceleração gradual do andamento.
ritardando (rit.)Desacelerando; uma retenção gradual do andamento.
ritenuto (rit., riten.)Frequentemente confundido com ritardando; significa uma desaceleração súbita, em contraste com a retenção gradual do rallentando.
rubatoLiteralmente "roubar" parcelas das durações retendo ou acelerando o andamento à vontade para colorir a frase.
stringendoapertando, apressando; às vezes erroneamente interpretado como uma combinação de accelerando e crescendo
tempo giustoEm tempo (andamento) estrito (non-rubato).
tempo primo
(Tempo Iº)
Tempo original (o primeiro andamento indicado).
trattenuto (tratt.)Segurando (o mesmo que rallentando com a adição de uma qualidade de sustentação (sostenuto).

21 - Indicações de expressão.

Alguns termos são empregados em conjunto com indicações de andamento para enfatizar o caráter com que a música deve ser tocada. Podem também ser utilizadas para indicar ao intérprete o caráter de uma determinada frase ou sessão da peça. Alguns desses termos estão no Quadro 7 a seguir. Muitos são semelhantes ao português e alguns estão acompanhados eventualmente de sinônimos para deixar mais claro o seu significado.

Quadro 7: lista de indicaçoes de expressão.
Termos (abreviaturas)Tradução e comentários
agitatoAgitado, com agitação.
animatoAnimado, com animação, com movimento.
appassionatoApaixonado.
cantabileCantável, como se estivesse cantando.
con affetoCom afeto, com amor.
con bravuraCom bravura, habilidade, destreza.
con brioCom brio, vivacidade, coragem.
con doloreCom dor, condoído.
con fuocoCom fogo, excitação, agitação.
con motoCom movimento, movido.
dolceDoce, delicado.
espressivo (espress.)Expressivo.
furiosoFurioso.
giocosoBrincalhão, com graça.
legatoLigado. É mais uma indicação de articulação, de execução: tocar as notas ligadas, com o mínimo de separação possível entre elas..
leggieroLeve, com leveza.
marcatoMarcado. Também é mais uma indicação de articulação: tocar as notas separadas enfatizando claramente cada uma delas.
misteriosoMisterioso.
morendoMorrendo. Associação de diminuição de dinâmica com desaceleração ambas gradualmente.
pesantePesado, com sonoridade encorpada.
scherzandoBrincando, em geral indica rapidez.
sempliceSimples, sem afetação.
sotto voceSussurrando.
tranquilloTranquilo.

22 - Termos técnicos e outras instruções.

Há uma profusão de termos indicativos de técnicas de execução ou de outros detalhes importantes que indicam aos músicos o que ou como devem tocar.

Quadro 7: Termos técnicos gerais.
Termos (abreviaturas)Tradução e comentários
attaccaAtaca; indica que a próxima seção ou movimento devem ser iniciados sem pausa, devem iniciar imediatamente.
cola (col, coll', colle, cogli, coi)Com; indica que o acompanhamento deve seguir outra voz ou parte. Por exemplo: colla voce (com a voz) ou colla parte (com a parte) indicam que se deve ajustar o acompanhamento à voz ou a outro instrumento que tem preponderância no momento da indicação.
locoNo local; em geral usado em situações onde linhas de oitava podem tornar confusa a leitura. Indica quea nota deve ser tocada "no local", ou seja, no lugar onde está escrita.
segueSegue; iniciar a próxima seção ou movimento sem pausa; também indica que a uma determinada figura deve ser repetida da mesma maneira.
sempreSempre, continuamente. Por exemplo: sempre f (sempre forte).
simile (sim.)Semelhante; indica que um padrão de ligaduras, acentos ou articulações deve ser mantido ainda que não estejam escritos.
solo, soliSolo indica que o intrumento ou voz tem uma passagem importante que deve ficar em primeiro plano ou que vai tocar ou cantar sozinha, sem acompanhamento. O plural de solo é soli e indica que um naipe tem uma passagem importante ou que vai tocar sozinho, sem acompanhamento.
tuttiTodos. Em geral, usado para cancelar uma indicaççao de solo informando que todos devem voltar a tocar juntos.
unissono (unis.)Indica que todos devem tocar a mesma; em geral usado para cancelar um divisi.
divisiDividido. Usado para indicar que uma determinada passagem com duas (ou mais) linhas melódicas numa mesma pauta deve ser dividida entre os membros do naipe, No divisi simples metade do naipe toca uma parte e a outra metade a outra parte. Havendo mais partes pode-se indicar div. a 3, div. a 4, etc.
non divisiIndica que mesmo que a parte contenha mais de uma linha melódica ou, no caso de instrumentos de cordas, acordes com duas, três ou quatro notas, não se deve dividir o naipe, ou seja, todos devem tocar todas as notas.
con sordinoCom surdina. Indica que o músico deve inserir a surdina para tocar a passagem. A surdina é um aparelho que abafa o som do instrumento e em alguns instrumentos, principalmente de metal, produz vários efeitos a depender do tipo de surdina. Neste caso deve-se indicar qual o tipo de surdina o músico deve usar.
senza sordinoSem surdina. Usado para cancelar uma indicação de con sordino.
pizzicato (pizz.)Indica para os instrumentistas de cordas friccionadas (que usam arcos) que deve tocar com os dedos pinçando as cordas.
arcoArco. Em geral utilizado para cancelar uma indicação de pizzicato, instrui aos músicos que devem voltar a tocar com o arco friccionando as cordas.
col legnoCom a madeira (do arco). Indica que o instrumentísta de cordas friccionadas deve bater levemente nas cordas com a madeira do arco. Às vezes é necessário indicar se se quer col legno battuto (bater com a madeira) ou col legno tratto (raspando com a madeira do arco).
sul poticelloIndica que se deve tocar o mais próximo possível da "ponte" ou do cavalete.
l.v. (laissez vibrer)Deixar vibrar. Indica que se deve deixar soando as ntas indicadas para além do que está escrito.
ordinárioNormal. Usado para cancelar alguma indicação de técnica (por exemplo: sul ponticello), instruindo o músico a voltar a tocar normalmente.

Fim da Unidade 1B.

Voltar para as Unidades